Imagina se todas as cédulas de dinheiro que não são aproveitadas virassem adubo? Pois bem, uma universidade de Belém, no Pará, ganhou apoio do Banco Central (BC) e pode ajudar as lavouras de agricultores familiares do Estado.
O sistema consiste em utilizar o papel para fertilizar e regenerar o solo da região, por meio de um composto produzido com palhas e restos de frutas e verduras. A medida é uma alternativa para as cédulas, que, anualmente, são retiradas de circulação.
Por seu aspecto social e ambiental, o projeto que dá uma destinação nobre às velhas cédulas tem grande destaque no BC. Além disso, é uma maneira do Banco se adequar à Política Nacional de Resíduos Sólidos, lei que, entre outras questões, exige a destinação final ambientalmente adequada dos rejeitos, ou seja, proíbe a instituição de jogar as notas em aterros sanitários.
A técnica mistura o papel picotado com restos de milho, feijão, cascas de limão e plantas. Entretanto, já está em estudo a composição com outros resíduos.
O processo foi desenvolvido pelo professor Carlos Costa, do Instituto Socioambiental e de Recursos Hídricos da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). A pesquisa já recebeu R$ 100 mil para os custos com bolsas de iniciação científica e despesas com análises químicas, além de apoio da fundação de pesquisa e do governo do Pará.