Um novo sistema criado pela empresa brasileira Ecotelhado traz uma inovação para o mercado da construção civil mundial. Chamado de “Sistema Integrado Ecoesgoto”, ele trata todos os resíduos orgânicos do edifício, provenientes das descargas de sanitários, papel higiênico e restos de alimentos, e os reutiliza na irrigação de jardins, assim como nas coberturas e paredes verdes.

Enquanto nos EUA e na Europa, o sistema é alternativa sustentável para descentralizar o tratamento de esgoto e reaproveitar a água em caso de calamidade, no Brasil e em outros países da América Latina, África e Ásia, a tecnologia pretende resolver problemas de saneamento básico, ainda tão presentes. Além disso, hoje, a água vem de lugares distantes, e, após ser usada, é enviada também para longe para ser tratada, ou, simplesmente, é despejada em rios e córregos sem tratamento algum.

O sistema integra o tratamento de resíduos orgânicos dentro do próprio empreendimento. A água tratada por um filtro biológico é utilizada para regar telhados verdes e jardins verticais. O sistema também prevê a captação e reutilização da água da chuva.

O projeto, que não usa produtos químicos e necessita de pouca manutenção, também economiza energia, pois o processo evaporativo – por meio da parede e da cobertura verde – cria uma barreira contra o frio e o calor, gerando economia em sistemas de condicionamento.

Por ser tão completo e sustentável, um edifício que utiliza o sistema integrado pontua em todas as exigências para obtenção dos principais selos de construção sustentáveis do mundo.

João Feijó, engenheiro agrônomo e diretor da Ecotelhado, explica que o sistema foi criado com o objetivo de promover uma solução sustentável para a irrigação de paredes e coberturas verdes. “Essas estruturas ajardinadas consomem muita água, e, o que era para ser sustentável por trazer o verde à cidade e diminuir o CO2, acaba se tornando um grande problema por consumir muita água, já tratada. Além disso, as plantas preferem a água tratada pelo vermifiltro, que não possui cloro e contém microrganismos, essenciais para a vida das plantas.”

Segundo Feijó, a infraestrutura verde precisa entrar no planejamento das cidades. “É a resposta mais inteligente para diversos problemas urbanos. Se os telhados e paredes verdes devem prosperar, primeiramente devemos repensar o tipo de água que também vamos usar”, finaliza.

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